quarta-feira, 15 de junho de 2011

Rodovia federal tem 49 quilômetros de terra e pontes de madeira


Do Jornal Hoje em Dia


Com cinco pontes de madeira em péssimo estado, obras entre Chapada do Norte e Virgem da Lapa estão na promessa




DAUGOBERT COELHO/DIVULGAÇÃO
PONTE
Ponte no perímetro urbano de Berilo, saída para Chapada do Norte, está deteriorada


GOVERNADOR VALADARES - Nem parece que os 49 quilômetros de estrada de terra entre Chapada do Norte e Virgem da Lapa, no Vale do Jequitinhonha, fazem parte da estratégica BR-367 que interliga Belo Horizonte ao Sul da Bahia. A empoeirada rodovia acumula no trecho cinco pontes de madeira em péssimo estado de conservação, num traçado que acompanha as montanhas da região. As obras de pavimentação e construção de modernos elevados foram incluídas no ano passado no Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC), mas por enquanto não passam de promessa.

No ano passado a estrutura de madeira de uma ponte no perímetro urbano de Berilo, saída para Chapada do Norte, sobre o córrego Água Suja, não suportou ao peso de um caminhão carregado de brita e cedeu. O veículo ficou dependurado com a boleia presa na armação de madeira do viaduto. Por sorte, o motorista conseguiu sair ileso.


PONTE
O motorista ficou ileso no acidente ocorrido no ano passado (Daugobert Coelho/Divulgação)

A estrutura tinha capacidade para 35 toneladas, porém o caminhão rodava na pista com apenas 15 toneladas. "A precariedade dessa estrada atrasa o processo de desenvolvimento da região. Os motoristas de caminhão não têm coragem de arriscar passar pela estrutura", disse o secretário de Obras de Berilo, Milton Rodrigues de Oliveira.

Ainda no perímetro urbano de Berilo, outra ponte de madeira, dessa vez na saída para Virgem da Lapa, com 100 metros de extensão, é um convite para o perigo. Sobre o Rio Araçuaí, já foi palco de acidentes que quase terminaram em morte. "À noite é muito perigoso. Já ajudei a salvar um motorista que despencou da ponte com um carro", lembrou o lavrador Alfredo Randal Costa, de 39 anos.

Treze quilômetros depois, próximo à comunidade do Barbosa, a ponte que servia de travessia sobre o córrego de mesmo nome, foi carregada pelas chuvas de 2004. "A sorte é que o córrego é intermitente, ou seja, só entra em operação na época das chuvas. Na estiagem dá para passar carro. Durante o período chuvoso é preciso improvisar o desvio que aumenta o percurso em 100 quilômetros. Os prefeitos da região já criaram uma associação para protestar contra as péssimas condições da estrada, mas até hoje não aconteceu nada", afirmou Milton Rodrigues.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que apesar de integrar a malha da União, a manutenção do trecho de 49 quilômetros entre Virgem da Lapa e Chapada do Norte foi delegada ao Departamento de Estradas e Rodagem (DER), mas informou que um estudo sobre a viabilidade das obras de recuperação da estrada foi encomendado no ano passado. "Precisaríamos de mais de R$ 100 milhões para pavimentar e construir as pontes necessárias", disse o supervisor regional do Dnit em Teófilo Otoni, José Carlos Maia. "São mais de 600 metros de viadutos", finalizou. O DER informou que já está sendo feito projeto orçamentário para elaboração do estudo de melhorias da malha.

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