segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Drummond ganha dia de homenagens


Rio de Janeiro - O mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) fez poesia e prosa. Escreveu sonetos e aforismos. Arriscou-se nos poemas-piadas e se glorificou nas crônicas jornalísticas. Rabiscou aquilo que via – e aquilo que imaginava também. Semeou o modernismo na Semana de Arte de 1922 e, anos mais tarde, lutou pelo surgimento do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Sabia o valor da memória e sentia necessidade de preservá-la.
Drummond povoou seus textos com assuntos que vão do político e notório ao mais íntimo e pessoal. Falou de guerras e amores, de pequenas cidades e grandes metrópoles, de amigos perdidos e inimigos conquistados. Tímido, fez confissões eróticas e cuspiu fogo. Sempre com palavras, sem nunca perder a elegância.

Dia D
Celebrações ao poeta estarão em várias mídias:
No rádio– Às 20 horas de hoje, a rádio CBN transmite ao vivo o debate “Drummond: poeta e tradutor”, com participação de Augusto Massi, Chacal, Lêdo Ivo e mediação de Simone Magno.
Livros– A editora Cosac Naify relança também hoje dois livros de Drummond: Confissões de Minas (1944) e Passeios na Ilha (1952). As obras reúnem crônicas, aforismos e ensaios do escritor que mostram a ligação entre sua prosa e sua poesia.
Na internet– Estreia hoje na Rádio Batuta
 (www.ims.com.br/radiobatuta) o programa “O
Grão da Voz”, com poemas na voz do próprio Drummond. Vídeos sobre o escritor poderão ser acessados no site.
Por isso – e por muito mais – ele ganha hoje uma data só sua. No que depender de seus admiradores, a partir deste ano, o 31 de outubro (quando se comemora seu nascimento) passa a ser o Dia D, de Drummond, e será sempre recheado de eventos em torno de sua obra – algo como acontece na Irlanda com o Bloomsday, dedicado ao escritor James Joyce.
“Resolvemos impulsionar isso porque não há em toda a literatura brasileira alguém que tenha experimentado tanto quanto Drummond. Não houve aventura poética, seja no que diz respeito ao estético, ao existencial ou ao linguístico, que Drummond não tenha topado”, enfatiza, em tom declaradamente apaixonado, o poeta Eucanaã Ferraz, idealizador da homenagem que está sendo impulsionada pelo Instituto Moreira Salles (IMS).
As facetas deste homenageado da Festa Internacional Literária de Paraty (Flip) de 2012 são várias: o Drummond jornalista, o arquivista, o erótico, o político, o desenhista e até mesmo o protetor dos animais. Estimuladas pela ideia de instaurar no calendário brasileiro o Dia D, diversas instituições bolaram uma programação intensa em torno do autor. Veja no box:

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