sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Nestas eleições não se emocione com as "belas" palavras dos candidatos


Na última terça-feira, dia 21 de agosto, teve início o horário político obrigatório no Brasil. Bem, se é obrigatório, é porque não presta. Se fosse coisa boa, não seria obrigatório, e muitos iriam querer assistir. É uma questão de lógica. Por outro lado, assiste quem quer, pois podemos desligar o rádio ou a televisão e não escutar nem assistir nada. No primeiro dia assisti à propaganda de todos os partidos e fiquei emocionado ao ver tanta honestidade, tanta vontade de servir ao povo e tanta criatividade na elaboração dos programas.

Quase cheguei às lágrimas ao ouvir dos candidatos que nosso povo precisa de mais educação, saúde, segurança pública, salários melhores e que precisamos deles para mudar essa situação. Votem em mim para mudar! Como temos homens despojados, de alto nível e com força de vontade para trabalhar pelo povo! Como somos um país privilegiado por ter uma classe política tão humanitária e imbuída do dever para com o próximo!

Quanto aos modelos de campanha, são os mesmos do século passado. Todos procuram nossos votos pela aparência, pela musiquinha de fundo e pelo olhar sincero dos candidatos. Entra ano, sai ano, mas a ladainha de campanha é a mesma. Uns atacando os outros e pedindo por uma chance de fazer as mudanças necessárias e corrigir todos os erros. Todos eles afirmando com convicção que irão mudar os rumos e acabar com todos os nossos problemas. Numa campanha não existem corruptos nem parasitas; só existem homens sérios que estão dispostos a dar suas vidas pelos trabalhadores. Imagino que, se dessem mesmo suas vidas, o céu teria que providenciar uma expansão às pressas, pois não haveria espaço para alojar tanta gente boa.

Numa campanha vale tudo, desde que assegure a vitória e a vaga tão sonhada. Se não existissem altos salários, verbas para representações, mordomias de todos os tipos e possibilidades de falcatruas, e, se todo o serviço fosse voluntário, em favor do bem-estar da comunidade, a situação seria bem diferente.
Existem países, como, por exemplo, a Suíça, onde parlamentares, como os vereadores, que não trabalham em horário integral, não ganham nada. Eles possuem seus empregos normais e doam algumas horas de seu tempo para cuidar dos negócios da sua região. Se fosse desta forma aqui no Brasil será que os candidatos gastariam tanto dinheiro em campanhas só para buscar seu voto? Enfim, são perguntas que costumamos fazer na época das eleições e do famigerado horário político obrigatório.
Depois que acabam as eleições, os candidatos se esquecem do povo, o povo se esquece em quem votou e a vida continua, até a chegada da próxima eleição, quando o ciclo se reinicia.
Célio Pezza - Escritor e autor de diversos livros, entre eles: As Sete Portas, Ariane, A Palavra Perdida e o seu mais recente A Nova Terra -Recomeço. Saiba mais em  www.celiopezza.com

2 comentários:

  1. Muito oportuna sua colocação, mais pra mim o grande problema é da população, que aceita isto. Temos que votar com convicção é cobrar postura dos candidatos, ai em Capelinha mesmo eu sei que existe pelo menos um candidato comprometido com a luta do povo (servidores), pessoa que dedica sua vida a uma causa e busca defender o que acredita, pois se tivesse que ter se vendido não viveria na dificuldade que vive.
    Basta analisar que iremos encontrar, e não devemos colocar todos na mesma vala comum, pois isto só ajuda aqueles que possuem o poder economico e compram seus cargos.

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  2. Da mesma forma que não podemos nos comover com tal perfil, temos que ficar atentos com aqueles que realizam obras eleitoreiras... isso é tão mesquinho quanto "fazer o povo chorar"... Será que acham que somos idiotas?! Vivemos os 4 anos sem condições de acessibilidade às nossas residências - especialmente quando chove; agora, na reta final das eleições saem às pressas espalhando pixe pelas ruas acreditando que o povo, o eleitor, é trouxa... MUDANÇA JÁ

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