sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Eleições 2012: e você, vai se vender por quanto?

*Publicado originalmente por Bernardo Vieira, do Blog do Jequi

Minha visão política do Vale do Jequitinhonha. Porque não mudar essa realidade?

Num processo eleitoral, principalmente nas eleições municipais, é comum ver a aliança de pessoas “incomuns” num mesmo grupo (e amigos se tornarem adversários). Até ai, tudo bem, e até permitido. O que me surpreende é a forma com que essas pessoas “incomuns” passam a defender uns aos outros de forma nunca vista, como se fossem irmãos de berço.


Seguindo essa linha de princípio, vejo pessoas defenderem um candidato, ou seu plano de governo, sem sequer conhecer ou ter visto tal plano (se é que este existe). Defende este somente pelo fato de que este ganhar garantirá seu futuro (leia-se, sustento) por quatro anos, ou oito, em caso de reeleição. Aí é que se mora o perigo. Pessoas ainda se “vendem” sem se preocupar com o processo eleitoral. Não tem a noção de que o principal prejudicado é ele próprio, e sua comunidade. Ainda se vê (e muito) eleitores trocarem o voto de sua família em troca de molambo, achando este que é vantajoso fazer isso.
“Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também;

Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Prosperar também”.

Pontes indestrutíveis - Charlie Brow Jr.

Vai aqui minha indagação, caro eleitor: Se um candidato compra seu voto (ou te promete algo em troca dele) é porque quer o melhor pro município ou porque gosta de você? Não, caro eleitor. Quem compra voto tem um desejo “sobrenatural” de ocupar um cargo público, quer seja vereador, deputado, prefeito, etc. para um único fim, permanecer no poder e tirar proveito disso.

Pense bem, se um candidato a vereador, por exemplo, chega a gastar R$50.000,00 ou até 100.000,00 mil reais numa campanha para se eleger, onde o seu salário, nos quatro anos como vereador poderá, repito, poderá chegar a R$120.000,00 (considerando uma remuneração mensal de R$2.500,00 reais), por qual motivo o mesmo se lança candidato? Será que é para ajudar o povo? Bem, penso que se ele quer ajudar o povo, não precisa gastar essa dinheirama toda nas eleições. Gaste esse dinheiro investido em programas sociais, crie escolinhas públicas, ajude os necessitados, mas sem intenção política. Ora eleitor, é inadmissível aceitar, em pleno século XXI, a compra de votos.

Outro ponto que fico perplexo é quando jovens se inserem politicamente claramente para “trabalhar” para um candidato durante três, quatro meses, em troca de emprego público, caso este vença as eleições. Talvez um ou outro não teve oportunidade na vida. Tá bom! Uma ótima desculpa pra si próprio. Para isso existe o Prouni (para citar o principal programa social). Jovem, ao invés de ficar de quatro em quatro anos fazendo “vestibular político”, porque não se fazer um vestibular de verdade? Talvez isso mude sua percepção política e quem sabe não seja você a solução para o seu bairro ou para sua cidade?

Pessoas do bem, não se afastem da política. O maior castigo para quem não gosta de política é ser governado pelos que gostam. Arnold Toynbee, historiador inglês (1889/1975). Sempre quando ouço alguém dizer “não me envolvo na política, ela é muito suja”, vejo que cada vez mais os “que gostam” dela irá prevalecer. Gostar de política não quer dizer que você tenha que participar diretamente da campanha, subir em palanque, participar de carreata. Basta você participar das discussões de plano de governo, eleger sempre o melhor candidato e o principal, nunca se vender!

Aqui vai um recado para você, caro candidato. Não suba em palanque e diga que você é honesto, que não vai roubar, que é ficha limpa, que vai honrar seu mandado. Isso é sua obrigação! Apresente propostas, planos de governo, ações, aí sim terá meu voto. Sei que é tão incomum ver gente assim que dizer que é honesto parece música aos ouvidos do eleitor. Não, não pode ser assim. Tem que se mudar essa realidade. E porque não começar de agora? Fica a dica!

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